Archer's Voice (A voz do Arqueiro)- Resenha

O livro Archer's Voice, foi lançado em agosto aqui no Brasil pela editora arqueiro com o titulo "A voz do arqueiro". Este é o quarto livro da série signos do amor da autora Mia Sheridan. Eu já havia lido o livro Leo mas não sabia que fazia parte de uma série (ameeeeeei a Mia desde então!).

Os personagens são baseados nos signos do zodíaco, mas caaalma! Não é puxado para a astrologia nem nada do tipo, é sobre pessoas e comportamentos, personalidades. A escrita da Mia é fantástica. Mas enfim, vamos ao Archer!

Archier Hale é um jovem do tipo "esquisitão" na cidade. Ele perdeu os pais e o tio em um acidente quando tinha 7 anos no mesmo dia em que perdeu a voz. Com cabelo e barba enormes, morando afastado da cidade, ele se torna um lobo solitário que tenta ser indiferente à população e espera passar despercebido por todos, o que consegue quase sempre até a chegada de Bree.

Bree é uma mulher que perdeu a mãe e recentemente o pai. Sua vida está uma bagunça e tudo que ela quer é encontrar paz por isso ela praticamente foge de sua vida e segue para está pequena cidade onde passara alguns verões com sua família. Ao encontrar Archer (mesmo sem saber seu nome) ela sente algo por ele, não sabe o quê, mas sente a necessidade de saber sobre sua vida e ajudá-lo de alguma forma. E ai começa a linda história desses dois.

"- O que você está fazendo aqui?
- Você não gosta de tempestades.
- Você veio caminhando uma milha na chuva porque eu não gosto de tempestade?
-Ele olha hesitante por um segundo e diz simplesmente - sim - depois ele continua; - Sei que sou a última pessoa que você quer ver agora, mas pensei que se eu ficasse sentado aqui na sua varanda você não ficaria com medo. Você não estaria sozinha."

Archer, aos poucos vai confiando em Bree até que eles se tornam amigos de verdade e percebem que ambos tem feridas por cicatrizar e se ajudarão nessa missão. Archer tem uma história bem complicada e a única vontade que dar ao ler esse livro e de colocar ele no colo a curar todas essas feridas, sério!

"Ela me peguntou o sinal do amor e eu soletrei seu nome." (Archer)

Eu não poderia falar muito sobre esse livro sem dar spoilers então vou me conter. Mas de fato é uma obra muito tocante e envolvente do tipo que me faz pensar muto sobre a vida e sobre o comportamento que a sociedade de modo geral pode adotar em determinadas circunstâncias que não saber lidar. É um dos melhores livros que li esse ano e fico feliz que o tenha escolhido nesse momento. Se eu pudesse te dizer mais alguma coisa a respeito desse livro seria: Comece a ler o quanto antes e descubra por si mesmx o quanto Archer e maravilhoso! (Você não vai se arrepender) ;) 

 

I Archer you!

Enfim Vencer

Mais um dia vem
Saio de casa e vou em busca de alguém
Que me sorria uma alegria
Pra felicitar a vida tão sofrida
Pra tentar fechar ferida
Que a vida sem querer me deu
Ontem eu sonhei que era feliz
E até me lembro que chorei
Quando pensei que na verdade ser feliz é encontrar a paz
É ouvir o deus falar e acreditar
Que a luz há de brilhar
Ó amado deus da-me mais força pra seguir ao lado teu
Me ensina a perdoar a quem
Um dia me fez algo mal ou quis magoar
Mostra como faz o amor
Planta no seu coração uma flor
Posso prosseguir
Já recebi sua graça pronto pra viver
E confiar em mim incondicionalmente
Acordar e sorrir
Te agradecer por evoluir
E enfim vencer.

Para ler toda manhã

(O texto a seguir é de autoria de Ricardo Coiro, originalmente postado na página Entenda os Homens).

______________, por favor, não deixe que a sua esperança no amor sincero seja nocauteada por aqueles que vivem a proclamar, aos berros, que o amor não passa de uma ilusão.

Não permita, em hipótese alguma, que as mentiras recém-descobertas apaguem a sua fé na existência de gente sincera e disposta a lutar, com unhas e dentes, para que a verdade – a palavra sem máscaras e interesses egoístas – caminhe livre por aí.

Não autorize, nem sob a mira de um revólver, que a sua capacidade de crer no carinho gratuito seja fraturada pelos pontapés dos que têm o peito oco e assassinada pela leitura das barbáries que, infelizmente, batem ponto no jornal de cada dia.

E mesmo que todos ao seu redor se tornem seres desonestos e capazes de pisotear, sem culpa, a cabeça alheia, ______________, não se sinta menor por ser o único – ou um dos poucos – a começar pelo final da fila e a não enriquecer, corruptamente, do dia para a noite.

Não se sinta covarde quando optar por engolir sapos, aprisionar xingamentos e, sabiamente, correr para bem longe de uma briga.

______________, na corrida de cada manhã, junto com o suor que expele dos seus poros, para o bem da sua saúde, expulse também os mais perigosos venenos que alguém pode conter: o desejo de vingança e a inveja dos que têm mais.

Pare, de uma vez por todas, de pagar na mesma moeda, pois agindo assim, muitas vezes, ao invés de uma atitude nobre, você acabará copiando  uma atitude ruim. Se o seu amigo não procurar você, em vez de fazer o mesmo e contribuir para o esfriamento de uma amizade, seja o responsável pelo reencontro: ligue, convide e vá até ele. E daí que você fará o esforço maior? Lembre-se, sempre, o valor inestimável das amizades. Quando a sua namorada for grossa com você, diferente dos gritos que deu em ocasiões anteriores e de atitudes que só levaram a lugares ruins, experimente cuspir paciência, desferir gentileza e bombardeá-la com sorrisos que evaporam o ódio.

Não se deixe enganar pelos comprimidos vendidos como se fossem verdadeiras passagens a paraísos. Quando, por ventura, mesmo sem um tostão no bolso, você precisar viajar: leia uma poesia do Leminski ou um conto do Cortázar.

Não tenha tanto medo da morte, mas, por favor, dê mais valor à vida e não confie tanto na suposta existência do dia de amanhã.

Uma vez por ano, se puder, por uma semana, esconda o relógio, a agenda e o celular. E diferente do que faz em sua rotina normal, dê voz de comando aos seus instintos: esqueça o horário de almoço e coma só quando estiver com fome; não se obrigue a dormir depois da novela e feche os olhos somente quando você estiver com sono; permita-se o luxo de fazer apenas aquilo que você sente vontade e de se negar a realizar qualquer tarefa que você comumente faz por dinheiro, carreira ou currículo.

____________, toda manhã, depois do despertador e antes do pão na chapa, releia este texto em voz alta e, se não for pedir muito, vez ou outra, finja que não ouviu a sua nutricionista e mantenha o miolo todo no pão.

Obs.: preencha as lacunas acima com o seu nome e não tenha medo de falar sozinho.

King - Resenha

Doe não sabe quem é ou seu nome de verdade, as pessoas a chamaram assim e ela passou a atender. Sem teto, morta de fome e sem memória. Sozinha. Com a ajuda de uma prostituta viciada em drogas ela vai para uma festa na intenção de conseguir comida e proteção... as custas de seu corpo. Não que ela realmente queira isso mas ela já está desesperada e não tem opções uma vez que morar nas ruas é uma missão difícil para uma mulher e a fome a persegue há dias. 

"Eu seria a prostituta de um motoqueiro porque era o que eu precisava fazer. Eu seria uma equilibrista, se é isso que me faria permanecer viva."

King, o rei da calçada, é o tipo de cara que você não quer encontrar em uma rua vazia. Com uma ficha extensa de passagens pela polícia e após 3 anos na prisão ele está de volta e seus amigos fazem uma festa de boas vindas. Uma reconhecida carreira criminal, junto com seu melhor amigo Preppy. Além disso é tatuador e é no seu estúdio que seus olhos se cruzam pela primeira vez com os de Doe. Há uma sequência de confusões e de sentimentos. Raiva, desejo, amor, posse, luxúria... tudo junto. 

"— Eu não dou a mínima para quem você é, imbecil. — eu fervi. — E você não é tão inteligente como você parece pensar que você é. Me diga uma coisa, quem nomeou exatamente você juiz de todas as pessoas?
Eu pensei que minhas palavras iriam começar uma guerra, mas em vez disso King não parecia mais irritado, ele parecia apenas levemente divertido. — Bem, você está parcialmente correta. Porque quando se trata de mim, eu sou o juiz. Eu sou o júri. E se for necessário, eu sou o filho da puta carrasco."

Apesar da história densa há também humor, graças ao personagem Preppy. Ele é muito espirituoso e me fez rir e quase chorar também. Sério gente, um cara de 1,90 m, todo tatuado e que usa gravata borboleta e suspensório? Ele é O personagem engraçado aqui! Além disso Doe é curiosa, tagarela e atrevida, o que acaba trazendo certo humor também. 

T. M. Frazier construiu uma história muito boa apesar de um tanto pesada. Mesmo em sequências intensas de xingamentos ela conseguiu encaixar romance (confesso que estou com um pouco de dificuldade em escrever sem colocar palavrões em cada frase :x) 

O livro King teve um final inesperado. A intenção inicial era que fosse um livro único mas acabou se estendendo para um segundo (Tyrant) e eu o li com a mesma necessidade do primeiro. Sabe aqueles livros que te viciam e te deixam com a fome de um zumbi para saber o final da história? Esse é definitivamente esse tipo de livro. Devorei como uma louca e terminei em menos de 24 horas e o segundo, idem,

É um new adult, sim, mas um tipo mais "avançado" digamos assim. Tem violência, agressão, palavrões, uso de drogas e tudo mais. Apesar de tudo ele mexe com sua sensibilidade, mostra que as vezes as pessoas seguem caminhos ruins não por gostarem. Mostra que os brutos também amam e que em flores podem nascer em lugares inesperados. 

Esse é o tipo de livro que eu recomendaria para pessoas que gostam de histórias densas e que estejam preparadas para fortes emoções. Muito bom, nunca tinha lido um livro assim e gostei bastante. Fiquei sabendo que a autora lançará em dezembro o livro Lawless, contando a história de Bear, um dos amigos de King que tem papel importante nos dois livros. (Mal posso esperar para ler esse também!)

Dançando sobre cacos de vidro - Resenha

Lançado em 2013 pela Editora Arqueiro o livro me surpreendeu. Eu esperava mais um romance açucarado, confesso mas encontrei uma história cheia de altos e baixos que poderia ser a história de um monte de gente que conheço por ai.

Lucy e Mickey se conheceram na festa de aniversário dela. De imediato eles sentiram a atração e quiseram se conhecer mais, mesmo Mickey sendo um pouco mais velha que Lucy. Eles não deveria se apaixonar, mas aconteceu. Ambos tinham doenças genéticas e a junção de seus genes poderia ser desastrosa. Ela tinha histórico de câncer de mama na família e ele tinha transtorno bipolar. As mães de ambos morreram vitimas das respectivas doenças e ambos sofreram muito com tudo isso.

"Minha maior influência é minha esposa. Graças a ela estou decidido a manter uma boa distância do precipício, mesmo que nem sempre eu consiga." (pág. 18)

A vida deles nunca foi fácil, por mais que Mike tentasse controlar sua doenças por vezes precisava ser internado em clinica psiquiátrica, Lucy precisava fazer exames constantes para saber que não havia desenvolvido câncer. Apesar de tudo eles conseguia fazer a vida à dois funcionar. Dentro de suas regras, seus espaços. 

"Ele era real e tinha um defeito grave. Não fingia perfeição. O pacote estava aberto, danificado e sentado ali, me encarando, e eu achei tudo incrivelmente reconfortante, ainda que um pouco assustador." (pág. 39)

Acontece que mesmo com todos os cuidados para que isso nunca acontecesse Lucy engravida e ambos ficam sem saber como proceder. Por um  lado suas heranças genéticas, a instabilidade de Mike e a assombração do câncer de mama. Do outro um prazer que nunca imaginaram experimentar: serem pais. Mesmo com todos os obstáculos esse espermatozoide conseguiu e estava se tornando um feto cada vez mais desenvolvido e isso era ao mesmo tempo maravilhoso e assustador.

Durante todo o livro é possível ver a intensidade do que sentem um pelo outro e também como são queridos e protegidos por seus poucos familiares e amigos. A história se complica ainda mais quando Lucy descobre que tem um câncer em desenvolvimento, assim como o bebê.

É uma história emocionante e muito bem construída pela Ka Hancock. No decorrer das 336 páginas pensamos em como a vida pode ser uma piada bem se sem graça as vezes e que pode nos colocar em situações complicadas: até onde você é capaz de ir por amor? O quanto você pode aguentar por alguém que ama?

É um daqueles livros que todo mundo devia ler na vida, sabe?! Do tipo que te faz ver o quanto a vida pode ser difícil e o quanto você é agraciado dia após dia. Uma obra, sem dúvidas, tocante. Vale muito a pena ler.