Doe não sabe quem é ou seu nome de verdade, as pessoas a chamaram assim e ela passou a atender. Sem teto, morta de fome e sem memória. Sozinha. Com a ajuda de uma prostituta viciada em drogas ela vai para uma festa na intenção de conseguir comida e proteção... as custas de seu corpo. Não que ela realmente queira isso mas ela já está desesperada e não tem opções uma vez que morar nas ruas é uma missão difícil para uma mulher e a fome a persegue há dias.
"Eu seria a prostituta de um motoqueiro porque era o que eu precisava fazer. Eu seria uma equilibrista, se é isso que me faria permanecer viva."
King, o rei da calçada, é o tipo de cara que você não quer encontrar em uma rua vazia. Com uma ficha extensa de passagens pela polícia e após 3 anos na prisão ele está de volta e seus amigos fazem uma festa de boas vindas. Uma reconhecida carreira criminal, junto com seu melhor amigo Preppy. Além disso é tatuador e é no seu estúdio que seus olhos se cruzam pela primeira vez com os de Doe. Há uma sequência de confusões e de sentimentos. Raiva, desejo, amor, posse, luxúria... tudo junto.
"— Eu não dou a mínima para quem você é, imbecil. — eu fervi. — E você não é tão inteligente como você parece pensar que você é. Me diga uma coisa, quem nomeou exatamente você juiz de todas as pessoas?
Eu pensei que minhas palavras iriam começar uma guerra, mas em vez disso King não parecia mais irritado, ele parecia apenas levemente divertido. — Bem, você está parcialmente correta. Porque quando se trata de mim, eu sou o juiz. Eu sou o júri. E se for necessário, eu sou o filho da puta carrasco."
Apesar da história densa há também humor, graças ao personagem Preppy. Ele é muito espirituoso e me fez rir e quase chorar também. Sério gente, um cara de 1,90 m, todo tatuado e que usa gravata borboleta e suspensório? Ele é O personagem engraçado aqui! Além disso Doe é curiosa, tagarela e atrevida, o que acaba trazendo certo humor também.
T. M. Frazier construiu uma história muito boa apesar de um tanto pesada. Mesmo em sequências intensas de xingamentos ela conseguiu encaixar romance (confesso que estou com um pouco de dificuldade em escrever sem colocar palavrões em cada frase :x)
O livro King teve um final inesperado. A intenção inicial era que fosse um livro único mas acabou se estendendo para um segundo (Tyrant) e eu o li com a mesma necessidade do primeiro. Sabe aqueles livros que te viciam e te deixam com a fome de um zumbi para saber o final da história? Esse é definitivamente esse tipo de livro. Devorei como uma louca e terminei em menos de 24 horas e o segundo, idem,
É um new adult, sim, mas um tipo mais "avançado" digamos assim. Tem violência, agressão, palavrões, uso de drogas e tudo mais. Apesar de tudo ele mexe com sua sensibilidade, mostra que as vezes as pessoas seguem caminhos ruins não por gostarem. Mostra que os brutos também amam e que em flores podem nascer em lugares inesperados.
Esse é o tipo de livro que eu recomendaria para pessoas que gostam de histórias densas e que estejam preparadas para fortes emoções. Muito bom, nunca tinha lido um livro assim e gostei bastante. Fiquei sabendo que a autora lançará em dezembro o livro Lawless, contando a história de Bear, um dos amigos de King que tem papel importante nos dois livros. (Mal posso esperar para ler esse também!)
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